Transporte de carga (guia completo): principais modalidades, benefícios, como funcionam e tipos de cargas

Como funciona o transporte de carga no Brasil?

Antes de entendermos todos os aspectos relativos a isso, precisamos destacar o nosso Código Civil.

Em seu artigo 749, ele estabelece que o transporte de cargas, por meio do transportador, deverá conduzir o produto com as devidas cautelas no intuito de preservar o seu perfeito estado, bem como entregá-lo no prazo estipulado.

Consequentemente, seu artigo 750 determina que o transporte de mercadorias é responsabilidade do transportador. Esta responsabilidade inicia-se no momento em que ele recebe o produto e termina quando ele o entrega ao destinatário final.

A mesma lei, em seu artigo 7º, inciso II, estabelece que o transportador assume, perante o contratante, a responsabilidade pelos prejuízos resultantes de perdas, avarias, danos e atraso de entrega.

O que estamos pontuando logo no início deste conteúdo é que, no momento em que o transportador recebe o produto, é dele a responsabilidade em caso de dano. 

Vamos entender melhor como funciona o transporte de cargas? Confira!

O que é considerado transporte de carga?

O transporte de carga é toda movimentação de mercadorias feita de um ponto a outro usando algum tipo de veículo. 

Na prática, isso inclui desde produtos simples, como caixas, alimentos e roupas, até itens mais complexos, como máquinas, peças industriais, equipamentos frágeis e materiais perigosos.

Ou seja, sempre que uma mercadoria precisa sair de um lugar e chegar a outro por meio de um modal de transporte (rodoviário ou ferroviário, por exemplo), estamos falando de transporte de carga.

Qual a diferença entre carga lotação e carga fracionada?

A carga lotação, também chamada de carga fechada, acontece quando todo o veículo é contratado por um único embarcador. 

Nesse modelo, a empresa reserva o caminhão só para a sua mercadoria, ainda que o espaço não seja totalmente utilizado. 

Isso permite um trajeto direto, sem paradas intermediárias, o que normalmente reduz o tempo de entrega e dá mais controle sobre a operação. 

Por conta disso, é a escolha mais comum para grandes volumes, produtos sensíveis ou situações em que a agilidade é prioridade.

Já a carga fracionada funciona de maneira diferente: o espaço do veículo é compartilhado entre mercadorias de vários clientes. 

Cada empresa envia só uma parte do volume transportado e a transportadora organiza todo o processo de coleta, triagem e distribuição. 

Como você deve imaginar, por envolver várias entregas ao longo da rota, esse tipo de transporte costuma levar mais tempo, mas oferece um custo menor para quem precisa enviar volumes pequenos e não tem necessidade de contratar um caminhão inteiro.

Qual a diferença entre um embarcador e um transportador?

O embarcador é a parte que precisa enviar a mercadoria. 

É importante, no entanto, deixar um ponto claro: ele pode ser o dono da carga ou somente o responsável por colocá-la em movimento, sendo quem contrata o serviço de transporte. 

Em outras palavras, é o embarcador que organiza o envio, entrega os documentos e define para onde o produto deve ir.

Já o transportador é quem executa o transporte. 

Sendo mais específico, pode ser uma transportadora, um caminhoneiro autônomo ou qualquer empresa autorizada a deslocar cargas. 

Seja qual for o cenário, é ele quem coleta, movimenta, cuida da segurança da mercadoria e realiza a entrega no destino combinado.

Também é ele que contrata os seguros de carga obrigatórios, mas abordaremos os detalhes relativos a isso mais à frente.

Agora, vamos detalhar um pouco mais das responsabilidades dessas duas partes…

Responsabilidades do embarcador e do transportador: quais são?

O embarcador é responsável por preparar a carga de forma adequada: embalar os produtos, identificar corretamente cada volume e fornecer toda a documentação necessária (como notas fiscais e informações sobre o conteúdo transportado). 

Também cabe a ele declarar o peso real da mercadoria e cumprir exigências específicas, principalmente quando se trata de produtos frágeis e perigosos.

O transportador, por outro lado, assume o compromisso de retirar, movimentar e entregar a carga com segurança (tudo isso, é claro, seguindo os aspectos definidos pelo Código Civil sobre o qual falamos lá no começo deste artigo).

Nesse sentido, é sua responsabilidade conduzir o veículo dentro das regras de trânsito, respeitar limites de peso e amarração, manter o caminhão em condições adequadas e proteger a mercadoria durante todo o trajeto. 

Ele também deve emitir documentos próprios do transporte, como o CTe, além de, quando for o caso, oferecer informações de rastreamento.

Como funciona o transporte de carga no Brasil?

No Brasil, o transporte de carga no Brasil é que conecta produção, distribuição e consumo, passando por diferentes modais e seguindo um conjunto de regras brasileiras específicas. 

Na prática, tudo começa com o embarcador, que abordamos antes: esta é a parte que precisa enviar a mercadoria preparando o produto, emitindo a documentação e contratando a transportadora. 

A partir daí, o transportador coleta a carga, organiza o trajeto e realiza o deslocamento até o destino.

No nosso país, o modal rodoviário domina a logística: a maior parte das cargas viaja por caminhões, o que permite entregas porta a porta e boa capilaridade (isso, porém, também deixa o sistema mais dependente das condições das rodovias e do custo dos combustíveis).

Apesar disso…

Outros modais também têm papel importante: o ferroviário, voltado para grandes volumes e longas distâncias; o marítimo, indispensável para o comércio exterior; e o aéreo, usado quando a urgência ou o alto valor do produto justificam o custo maior.

A gente ainda vai detalhar mais sobre esses modais de transporte de carga neste conteúdo.

O ponto que precisamos ressaltar neste momento, no entanto, é que, durante o percurso, as empresas utilizam ferramentas de rastreamento e monitoramento para acompanhar o trajeto, controlar prazos e garantir segurança. 

Depois de concluído o trajeto, a mercadoria é descarregada, conferida e encaminhada para uso ou distribuição.

Qual é a principal função de um armazém de distribuição?

A principal função de um armazém de distribuição é servir como ponto estratégico para receber, organizar e encaminhar mercadorias até o destino final. 

Nesse sentido, ele atua como um “centro de passagem”: os produtos chegam, são separados conforme os pedidos, conferidos, armazenados temporariamente e depois despachados de forma planejada.

Esse tipo de armazém não é pensado para estocar itens por longos períodos. Na verdade, serve para agilizar o fluxo da cadeia logística. 

Quais são os documentos obrigatórios para o transporte de cargas?

No transporte de cargas, a documentação é tão importante quanto o próprio veículo que leva a mercadoria. 

Cada documento, seja físico ou digital, tem a função de comprovar a legalidade da operação, proteger a carga e facilitar o trabalho de fiscalização. 

Sem esses registros… a viagem pode ser interrompida, gerar multas e até colocar a empresa em risco. 

Mas… quais documentos são esses?

Confira:

• Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): registra a venda da mercadoria e substitui os antigos modelos em papel;

• DANFE: versão impressa da NF-e que acompanha a carga para consultas e comprovação da operação;

• Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e): documento que formaliza a prestação do serviço de transporte;

• DACTE: representação impressa do CT-e, usada pelo motorista durante o trajeto;

• Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e): reúne os documentos fiscais da viagem em um único arquivo;

• DAMDFE: impressão do MDF-e, utilizada para facilitar fiscalizações;

• CIOT: código da ANTT que identifica e regulariza cada operação de transporte;

• CRLV: comprova que o veículo está licenciado e autorizado a circular;

• Vale-pedágio obrigatório (VPO): documento que comprova que o pedágio foi pago antecipadamente pelo contratante;

• Apólices dos seguros de carga obrigatórios: documentos que formalizam a contratação do seguro de transporte (isso vale para cada modal);

• Protocolo de averbação do seguro de carga: registra cada embarque junto à seguradora e garante cobertura em caso de sinistro;

• Romaneio: lista de todos os itens carregados, usada para conferência no embarque e desembarque.

Quais são os principais riscos no transporte de cargas?

Um dos riscos mais comuns é o roubo de mercadorias, especialmente em regiões com altos índices de criminalidade ou em rotas conhecidas por incidentes. 

Além disso, há o risco de acidentes, que podem ocorrer por falhas mecânicas, condições ruins das vias, excesso de carga ou até mesmo por imprudência no trânsito.

Outro ponto crítico é o dano à carga, que pode acontecer por mau acondicionamento, vibração durante o trajeto, manuseio incorreto na hora de carregar ou descarregar ou até por exposição inadequada ao clima.

As empresas também enfrentam o risco de atrasos na entrega, que prejudicam a logística e podem gerar custos extras (tais atrasos normalmente são causados por problemas no veículo, congestionamentos e falhas operacionais).

Quando a gente considera o transporte internacional, entram ainda riscos burocráticos e aduaneiros, como retenções e multas por documentação incorreta.

Quais são os tipos de carga?

Ao falar de transporte de carga, é importante compreender também quais são os tipos de carga.

Essas cargas podem ser classificadas de vários jeitos, de acordo com suas características físicas, forma de acondicionamento, necessidades especiais e até mesmo riscos envolvidos.

A seguir, veja os principais tipos de carga usados no transporte nacional e internacional.

• Carga geral: mercadorias embaladas ou unitizadas, como caixas, paletes, fardos e sacarias;

• Carga fracionada: itens de diferentes clientes reunidos em um mesmo veículo;

• Carga lotação (ou carga fechada): veículo totalmente dedicado a um único cliente, geralmente usado para grandes volumes ou cargas urgentes;

• Carga a granel sólida: produtos sem embalagem transportados em massa, como grãos, minérios e fertilizantes;

• Carga a granel líquida: líquidos transportados em tanques, como combustíveis, óleos e produtos químicos;

• Carga refrigerada (ou perecível): alimentos, medicamentos e produtos sensíveis à temperatura;

• Carga perigosa: produtos que apresentam riscos à saúde, ao meio ambiente ou à segurança, como inflamáveis, explosivos, corrosivos e gases;

• Carga valiosa: mercadorias de alto valor agregado, como eletrônicos, joias e equipamentos tecnológicos;

• Carga viva: animais transportados com regras especiais de bem-estar, ventilação e tempo de confinamento, visando minimizar estresse e riscos;

• Carga superdimensionada/especial: itens de grande porte ou peso, como máquinas industriais e turbinas, que exigem autorizações e planejamento de rota;

• Carga containerizada: mercadorias acondicionadas em contêineres, facilitando o transporte multimodal e garantindo maior segurança e padronização;

• Transporte de veículos: caminhões, carros, barcos ou máquinas agrícolas transportados em veículos especializados;

• Carga de minério e cimento: materiais de construção e insumos industriais, como areia, ferro e cimento, transportados em caminhões basculantes ou silos.

Agora que todos esses conceitos estão mais claros para você, é hora de entender os tipos de modais no transporte de carga.

Já os mencionamos anteriormente, mas agora vamos nos aprofundar.

Quais são os transportes de carga?

O modo de transporte de mercadorias é uma consideração importante ao planejar o processo de envio. 

Além dos custos, a urgência da remessa, o valor das mercadorias enviadas, o tamanho e peso das mercadorias precisam ser avaliados ao determinar a forma de transporte. 

Neste artigo, queremos ajudá-lo a determinar qual o melhor modo de transportar sua carga!

1 – Transporte de carga marítimo

O comércio marítimo representa cerca de 90% do comércio global e, de acordo com a UNCTAD, 1687 milhões de toneladas (estimativa de 2015) foram transportadas em cerca de 177,6 milhões de contêineres (estimativa de 2015), cobrindo 998 bilhões de toneladas (estimativa de 2016).

Por causa do tamanho ou volume, existem vários tipos de cargas que não podem ser ou são economicamente inviáveis ​​para serem transportadas por outros modos de transporte que não o mar.

O transporte de carga marítimo é um método mais barato de enviar mercadorias, mas a desvantagem é o tempo de trânsito mais longo. 

Outro benefício para o transporte de carga marítimo é que tamanho e peso podem ser um problema para o ar, mas não é para o transporte de carga marítimo.

Transporte de carga marítimo e produtos a granel

O transporte de carga marítimo é amplamente utilizado para a movimentação de mercadorias a granel, como produtos agro-alimentares (trigo, milho, soja, etc.), carvão, minério de ferro ou para produtos a granel úmidos, como petróleo. 

Além disso, itens maiores, de formatos estranhos, incluindo motores e hélices, também podem se mover por esse modo, dependendo da sensibilidade do tempo de entrega.

Neste caso, o transporte de carga marítimo também é um meio de transporte preferido para o transporte de cargas pesadas e de alto volume, como minerais, metais, minérios, bobinas de aço, etc.

Além disso, as empresas estão colocando mais ênfase no impacto ambiental no transporte de carga marítimo. 

Um serviço de frete aéreo emite uma quantidade maior de gases poluentes com menor capacidade espacial em comparação com os serviços de transporte de carga marítimo, considerados um modo de transporte de carga muito mais ecológico e com maior capacidade de carga.

Os principais benefícios do transporte de carga marítimo

• Adequado para uma ampla gama de produtos com prazos de entrega longos;

• Grandes volumes: um único navio de contêiner ultra grande pode transportar +/- 20.000 unidades equivalentes de vinte pés (TEU);

• Mais ecológico entre todos os modos de transporte;

• Econômico: transporte de carga marítimo é o modo mais eficiente de transporte de mercadorias;

• Cobertura extensa em todo o mundo;

• Várias opções de transportadora para os remetentes.

2 – Transporte de carga aéreo

Nos próximos 15 anos, à medida que o PIB mundial crescer, haverá uma demanda por bens de maior valor. 

Para atender à demanda por crescimento, o tráfego mundial de carga aérea deverá crescer em média 4,2% ao ano.

O transporte de carga aéreo é um modo crítico de transporte. Atende a mercados e cadeias de suprimentos que exigem velocidade. 

Um dos maiores exemplos remonta a 1997, quando a Apple começou a inovar nos detalhes minuciosos do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Quase imediatamente após o retorno de Steve Jobs. 

Na época, a maioria dos fabricantes de computadores transportava produtos por via marítima, uma opção muito mais barata que o transporte de carga aéreo.

Steve Jobs aproveitou o benefício do frete aéreo e usou uma estratégia inovadora. 

Ele pagou US$ 50 milhões para comprar todo o espaço de frete aéreo de férias disponível para garantir que os novos iMacs azuis translúcidos da empresa estivessem amplamente disponíveis durante a temporada de Natal, dando-lhes uma enorme vantagem competitiva sobre seus rivais. 

Outras indústrias, como a indústria automotiva e de varejo, também utilizam transporte de carga aéreo para obter reposição de estoque ‘just-in-time‘ (JIT). 

A opção JIT permite que as lojas e as linhas de produção realizem o pedido com base na demanda, como e quando necessário. Oferece maior flexibilidade e reduz os custos de estoque e armazenamento.

Além disso, produtos perecíveis, como alimentos, flores e alguns produtos farmacêuticos, também aproveitam o menor tempo de trânsito. 

Outro ponto positivo do transporte de carga aéreo é que, em geral, há menos manuseio da carga. Portanto, a probabilidade de dano ou roubo é menos provável ao utilizar o ar.

Mas o transporte de carga aéreo também tem suas próprias desvantagens, como ser um dos mais caros devido à exigência de velocidade e combustível usado.

Ele também tem suas limitações de tamanho e peso. Os órgãos reguladores limitam o que pode e o que não pode ser transportado por via aérea e, como tal, itens de formato estranho ou muito grandes podem ser mais adequados para outros modos de transporte.

Os principais benefícios do transporte de carga aéreo

• Trânsito rápido;
• Menos movimentação de carga;
• Menos documentação;
• Chegada e partidas confiáveis;
• Nível aprimorado de segurança para sua carga.

3 – Transporte de carga ferroviário

Outro modo de transporte que também é considerado uma opção “verde” é o transporte de carga ferroviário. 

Os trens consomem menos combustível por tonelada-Km do que os veículos rodoviários e um trem, que pode ter até 100 vagões, precisa apenas de um motorista. 

No entanto, existem alguns custos adicionais incorridos em uma viagem de trem: em cada extremidade do transporte de carga ferroviário, será necessária uma entrega rodoviária e haverá um custo de elevação para transferir o contêiner entre o trem e o veículo de transporte de carga rodoviário.

Em média, viagens mais longas tendem a ser menos caras por trem e viagens mais curtas custam menos por estrada. Onde o ponto de neutralidade de custo é governado por muitos fatores específicos da rota e da mercadoria, mas, em geral, pode-se esperar que o ponto de neutralidade de custo esteja no intervalo de 130 a 150 Km.

Em 2015, o primeiro trem de carga transportando contêineres ISO da China chegou ao porto de Roterdã em 18 dias, contra os 44 dias ímpares normais no mar.

Esse transporte de carga em contêiner ferroviário da China para centros de logística na Europa, como na Holanda e Reino Unido, é visto como um passo significativo no desenvolvimento do comércio entre os dois continentes. 

Ele incentivou multinacionais como Hewlett-Packard e Ricoh a usar a rota da Europa para a China para suas cargas.

O gerente de transporte europeu da Ricoh observa que, se é possível definir um planejamento eficaz, o transporte de carga ferroviário é um modo de transporte relativamente rápido, levando apenas 20 dias para a China. 

Além disso, a movimentação ferroviária também tem algumas vantagens, como todos os contêineres sendo transportados para o local de uma só vez, além de ser ecologicamente correta, pois um trem libera muito menos CO2 que um avião.

Os principais benefícios do transporte ferroviário

• Horários de trânsito confiáveis;

• As ferrovias são a forma mais eficiente de transporte terrestre. Um trem pode transportar o equivalente a mais de 400 caminhões;

• Entregas rápidas e econômicas em longas distâncias. Normalmente mais de 500 Km;

• Tradicionalmente, o transporte de carga ferroviário tem um forte histórico de segurança;

• Ajuda a aliviar o congestionamento das estradas, reduzindo assim as emissões.

4 – Transporte de carga rodoviário

O transporte de carga rodoviário é um dos mais comuns de todos os modos de transporte. É amplamente utilizado em continentes como Europa, África e América do Norte. 

O processo único de documentos alfandegários fornece um movimento contínuo de mercadorias, mesmo em vários estados e países.

O transporte de carga rodoviário oferece várias vantagens sobre outros modos de transporte, como

• Relação custo-benefício;

• Entrega rápida e programada;

• Entregas locais, além-fronteiras, de longo ou curto curso, mesmo em áreas rurais;

• Serviço flexível;

• Economia no custo de embalagem em comparação com outros modos;

• Rastreamento de carga e caminhão;

• Serviço completo de porta em porta e é um dos meios de transporte mais econômicos.

No entanto, o transporte de caminhões é um pouco limitado quanto ao tamanho do veículo usado e às restrições de tamanho e peso. Outra limitação é que ele é afetado pelo clima, condições das estradas e tráfego.

5 – Transporte de carga multimodal

Outra opção a ter em mente são as soluções multimodais – a utilização de mais de um modo de transporte.

O transporte de carga multimodal é uma combinação de diferentes modos de transporte, como ferroviário, rodoviário e marítimo, que permite ao cliente gerenciar remessas de maneira econômica do início ao fim, garantindo ótimo atendimento e eficiência a cada passo do caminho.

Um exemplo é a rede ferroviária entre regiões, combinada com caminhão. Fornecedores como DHL, Geodis, UPS e DB Schenker estão oferecendo essa solução na rede chinesa Silk Road.

Segundo a UPS, o serviço pode oferecer economia de até 65% em relação aos custos de frete aéreo, proporcionando tempos de trânsito até 40% mais rápidos que os movimentos oceânicos comuns. Sea-Air é outro exemplo de transporte de carga multimodal. 

O serviço é considerado mais barato que o aéreo e mais rápido que o serviço de transporte marítimo.

Uma solução alternativa para o ar puro ou o oceano, o Sea-Air oferece ao setor de transporte global, economia de tempo e custos, além de ser ecologicamente correto.

Às vezes, usar esse modo de transporte ajuda a evitar taxas de demurrage.

• Leia também: Seguro de Carga Itaú para Empresas de Logística e Transporte

Os principais benefícios do transporte de carga multimodal

• A carga pode ser transportada para qualquer parte do mundo usando vários modos de transporte;

• Reduz a distância das mercadorias entre o fabricante e o consumidor;

• Os clientes podem tratar com uma entidade para lidar com todos os modos de transporte em um único documento;

• Opções de entrega eficientes e econômicas.

O que é gestão de transporte de carga?

A gestão de transporte de carga é o conjunto de práticas, estratégias e processos utilizados para planejar, executar, monitorar e otimizar o deslocamento de mercadorias de um ponto a outro. 

O objetivo principal é garantir que as cargas cheguem ao destino correto, no prazo certo, com segurança e pelo menor custo possível.

Ela envolve diferentes atividades, como:

• Definição das melhores trajetórias para reduzir tempo, custos e riscos durante o transporte;

• Análise de qual tipo de transporte (rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo) é mais adequado para cada carga;

• Manutenção preventiva, controle de consumo de combustível e monitoramento do desempenho dos veículos;

• Emissão e conferência de notas fiscais, CT-e, MDF-e, seguros de carga e autorizações necessárias;

• Acompanhamento em tempo real da localização e condições da carga para prevenir extravios ou danos;

• Identificação de riscos como roubos, acidentes ou avarias e aplicação de medidas preventivas;

• Avaliação de despesas, fretes e eficiência logística para aprimorar processos e reduzir desperdícios.

Qual meio de transporte de mercadorias você deve usar?

Existem inúmeras opções para o transporte de carga e pode não haver uma solução para suas necessidades de transporte. 

Cada modo de transporte tem suas vantagens e desvantagens. 

Diante disso, priorizar suas necessidades, entender sua remessa e comparar custos é importante ao planejar sua remessa e escolher o melhor modo de transporte de carga!

• Leia também: Seguro de Carga de Combustível: Proteção para sua Operação!

Qual o meio de transporte mais utilizado no transporte de cargas no Brasil?

O transporte rodoviário é o modal de transporte mais utilizado no Brasil, com uma estimativa de cerca de 70% do total das cargas movimentadas.

Quais são os custos dentro da área de transporte?

Os custos na área de transporte de cargas envolvem diferentes categorias, que impactam diretamente o planejamento e a rentabilidade da operação. 

Entre os principais, podemos destacar:

• Combustível: gasto com diesel, gasolina ou gás natural, que geralmente representa uma das maiores despesas operacionais;

• Manutenção e reparos de veículos: inclui revisões preventivas, consertos de peças, troca de pneus e lubrificantes;

• Depreciação da frota: perda de valor dos veículos ao longo do tempo devido ao uso e à obsolescência;

• Seguro de veículos e de cargas: proteção contra acidentes, roubos, avarias e danos a terceiros;

• Salários e benefícios de motoristas e equipe operacional: remuneração, horas extras, vale-refeição, férias e encargos trabalhistas;

• Pedágios e tarifas: gastos com pedágios em rodovias, taxas portuárias ou aeroportuárias, quando aplicável;

• Licenças, impostos e documentação: custos com CRLV, CIOT, taxas de transporte e outras obrigações legais;

• Tecnologia e sistemas de gestão: softwares de roteirização, rastreamento, telemetria e monitoramento de frota;

• Custos de armazenagem e logística complementar: despesas com armazéns, centros de distribuição e movimentação interna da carga.

Tecnologias no transporte de carga: quais as principais?

As tecnologias no transporte de carga têm transformado a forma como as empresas gerenciam suas operações, oferecendo mais eficiência e controle sobre o fluxo de mercadorias. 

Uma das principais ferramentas é o rastreamento de cargas em tempo real: ele permite acompanhar a localização dos veículos e mercadorias. Tudo isso traz transparência para os clientes e maior segurança contra extravios ou atrasos.

Outra tecnologia relevante é a roteirização e otimização de rotas, que calcula trajetos mais rápidos e econômicos, considerando fatores como trânsito, restrições de veículos e prioridades de entrega. 

Em conjunto, a telemetria de frota monitora o desempenho dos veículos e motoristas, registrando informações sobre consumo de combustível, frenagens, velocidade e necessidade de manutenção preventiva.

Enquanto isso, os sistemas de gestão de frota centralizam informações de veículos, motoristas e cargas, facilitando o planejamento logístico, o controle de custos e a manutenção. 

Também não podemos deixar de falar sobre a automação e a Internet das Coisas (IoT), que permitem monitorar parâmetros críticos em cargas sensíveis, como temperatura, umidade e vibração.

Boas práticas de embalagem para evitar danos no transporte de carga

A embalagem adequada é um dos principais fatores para reduzir perdas e danos no transporte de cargas. 

Antes de tudo, é importante escolher o tipo de embalagem certo para cada produto, considerando peso, dimensões, fragilidade e sensibilidade a fatores externos, como temperatura e umidade. 

Os produtos frágeis, por exemplo, devem ser acondicionados em materiais resistentes, com amortecimento interno, como isopor, espumas ou papel bolha. É o que vai absorver impactos durante o transporte.

Além disso, a padronização e identificação correta das embalagens ajudam na organização e no manuseio da carga (etiquetas com informações sobre o conteúdo, destino, tratamento especial e orientação de empilhamento reduzem erros de manuseio, por exemplo).

Outro ponto é a consolidação e proteção da carga dentro do veículo: aqui entram os paletes, contêineres e caixas, que devem ser bem fixados e distribuídos de forma equilibrada para evitar deslocamentos, tombamentos ou esmagamento de produtos. 

Seguro de transporte de carga: o que é e qual sua importância?

O seguro de transporte de carga, que também pode ser chamado apenas de seguro de carga, garante indenização em caso de danos, perdas ou extravios das mercadorias durante o transporte. 

Por conta disso, ele é indefensável para empresas e transportadoras, já que minimiza riscos financeiros, protege os bens transportados e oferece mais segurança nas operações logísticas.

Existem diferentes tipos de seguro de transporte de carga. Cada um deles é voltado para modalidades específicas de transporte ou responsabilidades distintas.

Explicando melhor, temos o seguinte:

• Seguro de responsabilidade civil do transportador aéreo de carga (RCTA-C): cobre danos ou perdas de mercadorias transportadas por via aérea;

• Seguro de responsabilidade civil do transportador aquaviário de carga (RCA-C): protege mercadorias transportadas por embarcações;

• Seguro de responsabilidade civil do transportador ferroviário de carga (RCTF-C): cobre danos e perdas de cargas transportadas por trens;

• Seguro de responsabilidade civil do transportador rodoviário de carga (RCTR-C): protege cargas transportadas por caminhões ou veículos rodoviários, incluindo colisões, tombamentos e roubos;

• Seguro de responsabilidade civil do operador de transporte multimodal de carga (RCOTM-C): destinado a transportadores que utilizam mais de um modal sob responsabilidade única, garantindo cobertura durante todo o trajeto;

• Seguro de responsabilidade civil do transportador rodoviário por desaparecimento de carga (RC-DC): cobre casos de extravio ou desaparecimento da mercadoria durante o transporte rodoviário;

• Seguro de responsabilidade civil do veículo (RC-V): cobre danos causados a terceiros pelo veículo ou pela carga que está sendo transportada.

É importante pontuar que, como traz a Resolução CNSP nº 472, de 25 de setembro de 2024, todos esses seguros de carga, exceto o seguro RCOTM-C, são obrigatórios para os transportadores de carga. 

Como contratar o seguro de cargas?

Para contratar o seguro de cargas, o primeiro passo é avaliar o tipo de mercadoria que você transporta, o modal utilizado e os riscos envolvidos na operação. 

Com essas informações, é possível definir a cobertura adequada e o valor segurado.

Na Mutuus Seguros, contamos com especialistas prontos para orientar você em cada etapa do processo. 

Nossa equipe analisa sua operação e recomenda a apólice ideal, garantindo segurança para a carga e tranquilidade para o seu negócio. 

Além disso, oferecemos atendimento personalizado e suporte completo em caso de sinistro de carga.

FAQ sobre o transporte de carga

Abordamos vários pontos sobre o transporte de carga. Abaixo, explicamos mais alguns. Confira:

Quais os meios de transporte de carga?

Os principais meios de transporte de carga são: rodoviário (caminhões), ferroviário (trens), aquaviário (navios e barcos) e aéreo (aviões). Como explicamos em tópicos anteriores, a escolha depende do tipo de carga, distância, urgência e custo.

Transporte de móveis: como funciona?

O transporte de móveis envolve o acondicionamento adequado, proteção contra danos e o uso de veículos apropriados, como caminhões baú ou vans.

Como fazer transporte de mudança para outra cidade?

Para mudanças interestaduais, é necessário contratar uma transportadora especializada, organizar embalagens, emitir documentos como nota fiscal (quando aplicável) e planejar o trajeto com antecedência.

O que é transporte de mercadorias?

O transporte de mercadorias é o deslocamento de produtos, matérias-primas ou bens de um local para outro, podendo ser feito por qualquer modal de transporte.

Transporte de cargas multivarejo: como funciona?

O transporte de cargas multivarejo refere-se à entrega de mercadorias para diversos pontos de venda de uma mesma rede. Normalmente, exige planejamento logístico detalhado, roteirização eficiente e veículos adaptados à variedade de produtos.

Transporte de bens: como ocorre?

O transporte de bens ocorre mediante planejamento logístico, seleção do modal adequado, acondicionamento seguro, emissão de documentos e monitoramento durante todo o trajeto até o destino final.

O que é transporte de carga viva cavalos?

Trata-se do transporte de animais vivos, como cavalos, que exige veículos adaptados, ventilação, espaço adequado, acompanhamento veterinário e respeito às normas de bem-estar animal.

Transporte de carga em caminhonete: como funciona?

O transporte de carga em caminhonete é indicado para pequenas cargas ou entregas urbanas. Requer acondicionamento adequado, amarração da carga, planejamento de rotas e, em alguns casos, emissão de documentos fiscais.

Como funciona o transporte de carga por ônibus?

O transporte de carga por ônibus funciona principalmente através de serviços de encomendas que utilizam a rede rodoviária de passageiros para enviar pacotes. 

O processo envolve a entrega da encomenda em uma rodoviária ou agência, onde é despachada no bagageiro do ônibus para o destino, e o destinatário pode retirar no balcão de destino ou receber em casa, dependendo do serviço escolhido.

O que é transporte de carga terrestre?

O transporte de carga terrestre é o transporte feito por estradas, geralmente com caminhões, carretas ou vans. É o modal mais utilizado no Brasil, com flexibilidade para acessar diferentes regiões e realizar entregas porta a porta.

Cotação transporte de carga: como fazer?

A cotação de transporte de carga pode ser feita diretamente com transportadoras ou através de plataformas online que comparam preços e prazos de diferentes empresas.

Qual a categoria para transporte de carga?

A categoria para transporte de carga depende do veículo usado: caminhões, carretas, vans ou ônibus, geralmente exigindo habilitação categoria C, D ou E conforme o peso e tipo de veículo.

Qual a diferença da C para D?

A principal diferença é que a categoria C é para veículos de carga acima de 3.500 kg (como caminhões), enquanto a categoria D é para veículos de transporte de passageiros com mais de 8 lugares (como ônibus e micro-ônibus). 

Além disso, a categoria C é focada em carga, e a D é focada em passageiros.

O que é FCL e LCL?

FCL e LCL são termos do transporte marítimo que se referem ao volume da carga por contêiner.

FCL significa Full Container Load (contêiner cheio) e é usado quando um único exportador/importador tem carga suficiente para encher um contêiner inteiro. 

Enquanto isso, LCL (Less than Container Load) ou “carga fracionada” é usado para cargas menores que não preenchem um contêiner, permitindo que vários expedidores compartilhem o espaço em um único contêiner.

Valor do frete por km 2025?

Em 2025, o valor do frete por quilômetro rodado varia conforme o tipo de carga e a distância percorrida. 

Para carga fracionada (quando a carga não ocupa todo o veículo), os preços médios por km são:

• Até 100 km: R$ 3,50 a R$ 6,00;
• 101 a 500 km: R$ 2,80 a R$ 5,00;
• 501 a 1000 km: R$ 2,40 a R$ 4,50;
• Acima de 1000 km: R$ 2,00 a R$ 4,00.

Já para carga fechada ou carga lotação (quando o veículo é dedicado a uma única carga), os valores médios por km são:

• Até 100 km: R$ 5,00 a R$ 8,50;
• 101 a 500 km: R$ 4,50 a R$ 7,50;
• 501 a 1000 km: R$ 4,00 a R$ 7,00;
• Acima de 1000 km: R$ 3,50 a R$ 6,50.

Quais são os 4 tipos de logística?

Os 4 tipos de logística são:

• Logística de suprimentos: aquisição e transporte de insumos;
• Logística de produção: movimentação de materiais dentro da indústria;
• Logística de distribuição: entrega de produtos ao cliente final;
• Logística reversa: retorno de produtos ou resíduos para reaproveitamento ou descarte.